Ao longo da sua trajetória, a humanidade encontrou diferentes formas para se comunicar. Até o surgimento da escrita, as sociedades se expressavam por meio do gestual, da oralidade, e através de desenhos e símbolos.
Uma das primeiras formas dos homens primitivos trocarem mensagens e registrarem experiências se deu através das pinturas rupestres. Essas representações não são consideradas uma modo de escrita, uma vez que não havia padronização ou uma organização nesses registros. Contudo, as pinturas rupestres marcaram o início da comunicação entre os seres humanos. Algumas imagens encontradas em paredes de cavernas datam 40 mil anos.
O surgimento da escrita marca o encerramento da Pré-História e o início da história mundial.
Segundo historiadores, os sistemas de escrita foram instituídos de forma independente, em períodos distintos, por civilizações diferentes, entre elas: Mesopotâmia, China, Egito e América Central.
Sabe-se que a história da escrita começou na antiga civilização mesopotâmica (atual Iraque), com os povos sumérios. Eles desenvolveram a escrita cuneiforme por volta de 4.000 a.C.
Iniciaram o processo da escrita utilizando argila e cunha (uma ferramenta de metal ou madeira, em forma de prisma). Os registros do cotidiano, econômicos e políticos eram representados por desenhos em placas de barro. Na escrita cuneiforme eram usados cerca de 2000 símbolos, feitos da direita para a esquerda.
Durante três mil anos, a escrita cuneiforme foi usada por quinze línguas diferentes, entre elas, o sumério, o persa e o sírio. Conforme essa escrita se difundia pelo Oriente Médio, outros estilos de caligrafia eram elaborados nas civilizações do Egito e da China.
A ESCRITA NO EGITO
Não muito distante do período em que os sumérios criaram a “escrita cuneiforme”, a civilização egípcia também começava a elaborar sua própria escrita. Criaram duas formas de escrita: a escrita demótica, que utilizava uma técnica mais simples e popular; e a escrita hieroglífica, uma prática mais complexa, formada por desenhos e símbolos (escrita sagrada encontrada nos túmulos e templos egípcios).
Os povos do Antigo Egito usavam a parede das pirâmides para registrar a vida dos faraós, sobretudo preces e mensagens para afastar a invasão de prováveis saqueadores. Também utilizavam para registros, um papel chamado papiro, feito a partir de uma planta com o mesmo nome.
A escrita no Egito, no início, era uma atribuição dos escribas, uma classe de especialistas. Os escrivães, como também eram designados, assumiam uma posição de destaque nessa sociedade. Eles passavam por um processo de formação e, além disso, eram o elo entre o faraó, funcionários do governo, os sacerdotes e o povo.
Um fato curioso e importante da cultura egípcia é que a escrita hieroglífica só foi decifrada a partir do século XIX, por Jean-François Champollion, um estudioso francês. O francês utilizou uma pedra que continha inscrições em hieróglifos e sua tradução para grego. A ESCRITA NA CHINA
A história da escrita na China, assim como em outras civilizações, foi marcada pelo desenvolvimento de um sistema próprio, criado há mais de três mil anos.
Antes da invenção do papel (aliás, criado por eles), muitos outros recursos foram utilizados para registro. O sistema de escrita dos chineses possui um símbolo para cada coisa, conhecido como “sistema ideográfico”.
Hoje, são usados de 5.000 a 8.000 caracteres. Porém, apenas 3.000 são utilizados na linguagem do dia a dia, podendo representar um som, uma palavra inteira ou até mesmo um conceito. A escrita chinesa é praticamente uma arte, e para tanto, requer muita habilidade.
A ESCRITA NA AMÉRICA CENTRAL
Os povos Maias e os Astecas possuíam seus próprios sistemas de escrita, porém, com a chegada dos europeus no continente americano, grande parte dos seus manuscritos, foram perdidos.
A escrita pertencente a esses povos é chamada “escrita nahuatl”, datada do século XIII, porém, ainda não foi totalmente decifrada pelos pesquisadores.
A ESCRITA NA ROMA ANTIGA
Foi na Roma Antiga, onde o alfabeto romano foi instituído, composto inicialmente apenas por letras maiúsculas.
Com o tempo, as letras passaram a ser escritas em pergaminhos - peles de animais, geralmente cabras, carneiro, ovelhas, cordeiro - com o apoio de hastes de bambu, penas de patos e entre outras aves.
Ocorreram algumas modificações no alfabeto romano, em sua forma original, com a criação de um novo estilo de escrita conhecido como “escrita uncial”, que perdurou até o século VIII, muito utilizado nas escrituras Bíblicas.
No período da Alta Idade Média, a partir do século VIII, Alcuíno, um monge da Nortúmbria, decidiu inventar outro tipo de alfabeto a pedido do imperador Carlos Magno. Contudo, este novo modelo apresentava letras maiúsculas e minúsculas. Com o passar do tempo essa escrita sofreu algumas modificações, tornando a leitura mais difícil.
No século XVI, alguns italianos letrados, inquietos com o estilo complicado da escrita, decidiram elaborar uma maneira de se escrever. Lodovico Arrighi, foi o responsável por publicar o primeiro caderno de caligrafia. A ele se deve o estilo que hoje conhecemos por “itálico”. Posteriormente foram impressos outros cadernos, nos quais seus tipos eram gravados em chapas de cobre (calcografia), dando origem a denominação “escrita calcográfica”.
A ESCRITA NOS DIAS ATUAIS
Assim como a linguagem oral, o processo de escrita está em constante transformação. A prova disso é que os textos produzidos há cem anos, por exemplo, provavelmente possuem palavras que não são mais usuais nos dias de hoje.
A mudança da escrita é tão clara que, em vista da evolução tecnológica, a caligrafia que tinha tanta relevância, acabou perdendo o primor, por conta da utilização de computadores e smartphones. A interação via internet, tem propiciado uma escrita cada vez menos rica, principalmente pelo encurtamento das palavras ou a substituição delas por gírias (linguagem popular) e símbolos (emojis).