Se hoje o violão é um instrumento da cultura musical do Brasil, muito se deve a Heitor Villa-Lobos. Conheça um pouco sobre a vida desse célebre compositor e maestro que revolucionou a história da música nacional.
Nascido no Rio de Janeiro em 1887, Heitor Villa-Lobos foi o mais importante maestro do Modernismo brasileiro. Suas obras contêm as maiores composições para violão de todos os tempos e trazem recursos técnicos e interpretativos indispensáveis para qualquer metodologia de estudo.
Tuhú, como era chamado, veio de família simples, porém culta e intimamente ligada às artes. Cresceu entre concertos musicais promovidos pelo pai, músico amador e funcionário da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Com o pai aprendeu a tocar clarinete e violoncelo. Com a tia, aprendeu a apreciar as obras de Bach.
Inquieto e autodidata, compôs sua primeira peça para violão aos 6 anos. Residiu em MG e no RJ, tendo contato com modas caipiras, violeiros e chorões, a contragosto da família. Estudou violão escondido, concluindo a série de obras: "Choros". Aos 12 anos, após a morte do pai, começou a ganhar a vida como violoncelista em bailes e cafés.
Villa-Lobos percorreu o Brasil e se familiarizou com a música popular regional, cantigas de viola, reisados e frevos. Os temas folclóricos inspiraram suas obras, tornando-o um grande expoente do nacionalismo musical.
Suas inovações, no entanto, lhe renderam duras críticas e reações negativas nos jornais cariocas, bem como a vaia na Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo.
Mudou-se para Paris. Organizou concertos, publicou novas obras, apresentou-se em recitais e regeu orquestras nas principais capitais europeias. Sua ousadia criativa causou forte impacto na crítica, rendendo-lhe prestígio internacional.
Manteve contato com o violonista espanhol Andrés Segovia e com outros nomes importantes como Miguel Llobet e Sainz de La Maza.
O auge de sua criação se deu com a obra “Bachianas Brasileiras”, que marcou a afinidade entre a influência erudita de Bach e a música popular brasileira.
Sua amizade com a cantora lírica brasileira Bidú Sayão resultou na ilustre gravação da “Bachiana Brasileira nº 5”, hit na época, e na sinfonia “A Floresta do Amazonas”, apresentada no Carnegie Hall, em Nova York.
Villa-Lobos coordenou um projeto de educação musical nas escolas públicas, que resultou na criação do “Conservatório Nacional de Canto Orfeônico”, em 1942. Fez uma turnê pelos Estados Unidos em 1944, a convite do maestro norte-americano Werner Janssen.
Morreu em 1959, deixando cerca de 1500 peças em diversos gêneros musicais e para diferentes formações instrumentais e vocais.
Heitor Villa-Lobos foi um dos compositores mais interpretados por violonistas em todo o mundo. Entre suas principais composições estão:
• Cantilena;
• O Trenzinho Caipira;
• Uirapuru;
• Choros nº 1;
• Choros nº 5;
• Bachianas Brasileiras.
“Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade sem esperar resposta.” (Heitor Villa-Lobos)
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